Páginas

Mostrando postagens com marcador rock gótico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador rock gótico. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Moda gótica versus moda metal



Muitas vezes as pessoas confundem um visual gótico com apenas “se vestir de preto” e ter um “visual trevoso”. E vamos a algumas constatações.
São poucas as bandas de gothic metal que usam ou já usaram algum visual mais glam ou mesmo gótico. Em geral as bandas de metal usam preto como cor principal. Quase nunca diferem desse tipo de coisa, usando roupas comuns, penteados comuns, apenas com uma aparência um pouco mais sombria. Mas nada que tenha alguma importância na concepção visual do seu estilo.
Isso se deve as heranças hard rock do metal. Bandas como Black Sabbath já adotavam um visual mais parecido com o que se vê hoje. Mesmo sem ser algo exagerado, essa concepção foi levada adiante.
Temos os visuais masculinos altamente agressivos. O uso despikes, corpse paint, cabelos compridos desgrenhados, rapazes geralmente fortes, roupas de couro, cintos com balas de armas. Jaquetas de couro com rebites. Expressões e gestos que expressem poder, atitude, força. Replicas de armas, em estilo medieval. Roupas que expressem o fator violento do som. Os visuais femininos tendem a parecer algo mais vulgar, com roupas mais juntas ao corpo, vestidos com aquele ar mais “antiquado”, pouca maquiagem. Cabelos sempre perfeitos, sedosos, compridos.
Já no visual gótico, há uma tendência mais glam, mais feminina. As roupas, por mais sombrias que sejam, nem sempre são pretas ou trazem aquele ar carregado e agressivo. Os homens tendem a usar sobretudos, capas, roupas femininas, maquiagem, penteados diversos. As mulheres possuem um apelo mais sensual e mais provocativo, usando menos da vulgaridade para compor seu estilo. Há o uso intenso de maquiagens, sombras e outros apetrechos. Muito embora seja uma forma mais exagerada de conceber um visual, o gótico não se torna agressivo. Ele deixa transparecer um sentimento mais nostálgico e menos “heróico”.
Isso acontece por conta dos valores. O heavy metal carrega valores altamente masculinos, que são a força, a conquista, a brutalidade, o machismo. Já o gótico, por herança do glam rock, traz no seu visual uma estética feminina, que se preocupa com detalhes, com as sutilezas e com a beleza. Esses são trabalhados, há todo um cuidado com o significado do visual atrelado ao som que tocam, coisa que passa desapercebida pelo metal.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Rock gótico: o desalento na cultura pop


Rock gótico: o desalento na cultura pop

Em 1976, Joey Ramone cantava que já não se importava nem com este mundo nem com aquela garota. “I Don’t Care” era uma letra minimalista cantada melancolicamente sobre acordes furiosos. O desalento punk dos Ramones era sinal de que há algum tempo parte dos adolescentes já não via o mundo de uma forma colorida e otimista. A canção jovem precisava expressar essas novas percepções do mundo. E ela fez isso de diferentes maneiras. O movimento dark ou gótico foi uma delas.




Divulgação
Nos anos 80, o The Cure transformou as angústias adolescentes em belas canções, entre elas algumas das melhores que o rock gótico já criou


O rock gótico foi um dos primeiros filhotes do punk no final dos anos 70. Numa época em que a disco music festiva e descompromissada dominava as paradas de sucesso, uma vertente do rock com canções introspectivas, letras que expressavam angústias e uma visão sombria da sociedade e trágica dos relacionamentos amorosos surgiu no Reino Unido. Bandas como Siouxsie and the Banshees e Bauhaus misturaram efeitos eletrônicos, uma repetitiva e onipresente bateria e vocais dramáticos para cantar sua visão pessimista do mundo.


Reprodução
"Bela Lugosi's Dead", considerado o marco inicial do rock gótico


Muitos críticos consideram o lançamento do disco “Bela Lugosi’s Dead”, do Bauhaus, em 1979, o marco inicial do rock gótico. O estilo logo ganhou adeptos e nos anos 80 despontaram bandas como The Jesus and Mary Chain, Sisters of Mercy e aquela que é considerada uma das mais expressivas e bem-sucedidas do gênero, o The Cure, apesar do grupo ter uma produção musical que vai bem além do estilo.



Divulgação
Siouxsie Sioux

As principais características do rock gótico surgiram logo nos primeiros dias do punk britânico, inspiradas no “faça você mesmo”, no niilismo e na agressividade visual e sonora preconizados pelo punk. Só que com uma predileção por temas que misturam obsessão pela morte, romantismo macabro e sadomasoquismo. Parte das raízes do rock gótico estava também no glam rock dos anos 70, de David Bowie e Roxy Music, e no rock alternativo de Nova Iorque do final dos anos 60, como o do Velvet Underground. Visualmente, roupas pretas, muitas de couro no mesmo estilo sadomasoquista do punk, e maquiagens faciais de aspecto fúnebre identificavam os admiradores do gótico.
Várias culturas e movimentos artísticos influenciaram o fenômeno. Uma das mais importantes foi a tradição literária do Romantismo do “mal do século” que teve seu expoente com Lorde Byron, mais de uma centena de anos antes na Inglaterra. Também elementos das antigas culturas egípcia e celta, da mitologia cristã, do surrealismo e do dadaísmo, citações de perversidades sexuais e de histórias de vampiros, futurismos cibernéticos e a filosofia de Nietzsche compuseram uma colagem de referências presentes nas canções góticas.
O gótico emplacou diversos sucessos que viraram clássicos da cultura pop como “Lullaby” e “Lovesong”, do The Cure, e “Christine”, de Siouxsie and the Banshees. As influências da atmosfera do dark estão presentes também em canções clássicas de bandas que não pertenciam ao movimento como em “She Lost Control”, do Joy Division, ou “Suffer Little Children”, dos Smiths. A herança gótica avançou pela década de 90 influenciando bandas como Type O Negative e Nine Inch Nails, entre outras.




Reprodução
"Disintegration", do The Cure, é considerado pela crítica
um dos melhores discos da banda e da história do rock


A cena gótica se diluiu na virada dos anos 80 para os 90, mas os sentimentos de rejeição, solidão e desilusão que atingem parte dos adolescentes não. E a música pop continuou a tê-los como temas principais em movimentos como o grunge e as canções de Nirvana, Pearl Jam e companhia. Mas, apesar de tocar nos mesmos problemas, o grunge não agradava a uma parcela da juventude que tinha mais afinidade com os valores e a visão do mundo que o rock gótico trazia.
A subcultura gótica foi um caminho que muitos jovens com uma sensibilidade mais romântica encontraram para lidar com as dificuldades emocionais da adolescência, com a crescente complexidade do mundo a sua volta e com a percepção negativa do futuro. Enquanto esses fatores, que podem ter contribuído para o sucesso do gótico como uma das mais duradouras subculturas jovens, persistirem, uma parte dos jovens buscará na cultura pop canções que expressem essa sensação de desalento e que de alguma forma os ajudem a se sentir menos sozinhos.






 




 




Discografia básica

Conheça dez álbuns essenciais para uma discoteca inicial de rock gótico:

Bela Lugosi’s Dead (1979) – Bauhaus
Closer (1980) – Joy Division
Seventeen Seconds (1980) – The Cure
Juju (1981) – Siouxsie and The Banshees
Pornography (1982) – The Cure
Nocturne (1983) – Siouxsie and The Banshees
First and Last and Always (1985) – Sisters of Mercy
Psychocandy (1985)– The Jesus and Mary Chain
Disintegration (1989) – The Cure
The Downard Spiral (1994) - Nine Inch Nails

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Robert Smith 50 Anos: Breve História do The Cure



Robert Smith, vocalista, guitarrista e líder do The Cure, uma das cultuadas bandas inglesas está completando hoje 50 anos. Este pequeno especial é em homenagem a ele e todos os fãs do The Cure.

A história do The Cure começa aproximadamente em 1972 quando Robert James Smith, cantor e líder da banda ganha sua primeira guitarra aos 13 anos. Dessa maneira, ele pôde chamar seus amigos de escola Laurent (Lol) Andrew Tolhurst (bateria) e Michael Stephen Dempsey (baixo) para tocarem um pouco e se distraírem da vida estudantil no St. Wilfrid’s Middle School.
Os três acabam formando a banda Malice e chegam a fazer alguns shows no Marquee Club, de Londres e no St. Edwards Church Hall. Mas Robert achava que não era tão convincente nos vocais, e acabou chamando 2 irmãos que além de cantarem, se revezavam na guitarra. Infelizmente, os irmãos acabaram não se adaptando, e o trio acabou renomeando a banda de Easy Cure (nome de uma música composta por Lol Tolhurst) e incluíram um guitarrista chamado Paul (Porl) Stephen Thompson e um vocalista fã de David Bowie, Peter O’Toole.
Não demoraram muito e entraram em um concurso da Hansa Records, o maior selo independente da Alemanha com uma demo gravada na sala de jantar dos pais de Robert, A banda acaba ganhando o 1o lugar e o dinheiro ganho (£1000) foi investido em equipamentos para pequenos shows nos arredores de Crawley. Nesse meio termo Peter O’Toole anunciou sua saída do grupo para se juntar a um Kibbutz, e Robert acabou reassumindo os vocais.
Alguns meses depois, a banda acabou se dirigindo para os estúdios SAV de Londres para gravarem 10 músicas demo, mas nenhuma agradou a Hansa de verdade, ainda mais porque a 1o música escolhida para que fosse lançada seria a música Killing an Arab, baseada no livro ‘O Estrangeiro’ de Albert Camus. Além de não terem simpatizado muito com as demais demos, a gravadora ficou com receio de ofender os árabes com a música e, e em março de 1978, a Hansa acaba desmanchando o contrato da banda.
Desempregados e com os sonhos quase desmoronando, Thompson acabou saindo, deixando o Easy Cure como um trio novamente. Dempsey foi trabalhar como porteiro de um hospital psiquiátrico e Tolhurst foi trabalhar em um laboratório químico. Robert, que ainda sonhava em viver da música, mandou uma nova fita demo para as grandes gravadoras, com 4 músicas originais – Boys Don’t Cry, Fire in Cairo, It’s not you e 10.15 Saturday Night – sob o nome de The Cure.


Michael Dempsey, Lol Tolhurst e Robert Smith gravando sua Peel Session em 12/1978
Todas as gravadoras recusaram a fita, menos Chris Parry, um tipo de caça talentos da Polydor. Ele produzia o The Jam e o Siouxsie and The Banshees, e estava procurando bandas para criar seu próprio selo chamado Fiction.
Chris Parry foi assistir um show da banda após conhecê-los em seu escritório, e ofereceu um contrato de 6 meses, que foi assinado em setembro de 1978. Depois de alguns shows, eles estavam prontos para lançar as músicas Killing an Arab/10.15 Saturday Night como single. Como a Polydor recusou vender qualquer coisa do The Cure antes do Natal, Chris não teve outro jeito senão lançar o single por um selo independente chamado Small Wonder. Teve uma ótima repercussão dos jornalistas, mas as demais pessoas não tiveram tempo para digerir a música e começaram a soltar boatos de que a música tinha cunho racista, rótulo que desmentem até hoje.
Depois de mais shows e mais gravações, estavam prontos e lançaram o álbum Three Imaginary Boys em maio de 1979. Robert cantou em todas as faixas, menos em Foxy Lady, cantada por Dempsey. Até hoje, essa é a única faixa em que Robert não canta.



Em junho, eles lançaram Boy’s Don’t Cry/Plastic Passion, mas o single não obteve um sucesso tão estrondoso como o 1o single. Nesse meio termo, Robert Smith resolveu criar um selo próprio, a Dance Fools Dance, com a colaboração do baixista Simon Jonathan Gallup, que mais tarde se uniria ao projeto Cult Hero.
Com a popularidade em alta, Robert Smith acaba conhecendo o baixista do Siouxsie and The Banshees, Steve Severin. Eles se dão tão bem que ele convidou o Cure para fazerem uma turnê junto com os Banshees no Reino Unido. Logo depois, John Mckay (guitarrista) e Kenny Morris (bateria) deixam a banda, e Robert se oferece para tocar durante a turnê, e logo acaba sendo chamado para ser o guitarrista oficial.
Michael Dempsey acaba saindo do Cure, alegando diferenças musicais. Simon Gallup, que estava no projeto de Robert acaba substituindo Dempsey, e Matthieu Aiden Hartley entra como tecladista da banda. No começo de 1980 eles retornam ao estúdio para gravarem o que seria o álbum Seventeen Seconds.



The Cure 1980: Robert Smith, Mathieu Hartley, Simon Gallup e Lol Tolhurst

Esse álbum retrata uma fase em que Robert se viu impotente e vulnerável em relação à morte, onde percebeu que não seria jovem pro resto da vida. Hartley, insatisfeito com o caminho sombrio que a banda estava tomando e tendo algumas discussões com Robert, resolveu sair da banda no final da turnê.
O próximo álbum, Faith, concretizou algo que Robert estava procurando, que era despertar o sentimento de melancolia e de vazio que estava sentindo desde o álbum anterior. Até críticos especializados chegaram a comparar um show deles com uma cerimônia religiosa. Não ajudava o fato de que o irmão de Simon, Ric, colocou como filme de abertura "Carnage Visors", já que era um filme completamente sombrio. Toda a trilha sonora do filme foi elaborada pelo Cure e foi distribuído como B Side da fita cassete de Faith.
Estava sendo uma turnê muito difícil, onde a banda brigava muito entre si e o público andava muito hostil. Para piorar, receberam a notícia de que a mãe de Tolhurst, muito doente, acabara de falecer. Eles então voltaram para a Inglaterra e no funeral, colocaram uma fita do show como homenagem póstuma. Apesar da tristeza, Tolhurst disse que o melhor a fazer para superar era continuar com a turnê, que não melhorou. Robert então gravou o single de Charlotte Sometimes/Splintered in Her Head com o diretor Mike Mansfield.
No final de novembro de 1981, Robert estava determinado a dar o nome de Pornography ao novo álbum, que estava bem mais agressivo, raivoso e criticava a hipocrisia moral da sociedade. Muitas das letras foram criadas nas viagens alucinógenas junto com Steve Severin, que sob efeito de drogas pesadas, perdeu totalmente a noção do que era real e do que era ficção por alguns meses. Não havia mais o sentimento de unidade, de companheirismo, e assim que acabou a turnê, Simon sai da banda após uma briga feia com Robert.
Mas mesmo assim, eles lançam o single The Hanging Garden/Killing na Arab (live).

Robert e Lol decidem tirar umas férias, e quando Robert volta, grava junto com Steve Severin um single chamado Lament. Quando finalmente Lol retorna da Europa, Chris Parry diz para gravarem um single que fosse totalmente contra o estilo de Pornography. Então o single Let’s go to bed/Just one kiss foi lançado. Robert achou que esse single não condizia com a banda, e acreditava que assim estava traindo seus velhos fans, ameaçando até a lançar o mesmo sob o pseudônimo de "Recur".
No final, o single teve uma boa repercussão e o clipe foi dirigido por Tim Pope. Foi o começo de um longo relacionamento com o diretor.
Em 1982, o guitarrista do Siouxsie and The Banshees, John McGeoch, acaba saindo da banda por estafa e Robert assumiu seu posto como membro fixo da banda, fazendo turnê em 1983 no disco ao vivo Nocturne, fazendo até uma cover dos Beatles chamado Dear Prudence.
Já que tinha um contato maior com Steve Severin, Robert acabou fazendo um projeto com ele, e junto com a vocalista Jeanette Landrey formaram a banda The Glove, lançando o álbum chamado Blue Sunshine. Siouxsie também não ficou pra trás, e junto com Budgie, ex-baterista dos Banshees, lançou o também projeto Creatures.
Robert já não estava tão feliz com o curso da banda, e quase desistiu de ir apresentar 2 músicas no BBC’s Oxford Road Show. Mas se apresentar ao vivo o animou, e fez com que não negligenciasse tanto a banda como tinha feito nos últimos tempos. Com Derek Thompson (baixo) e Andy Anderson (baterista), lançou o single The Walk/The Dream, e depois, como Phil Thornalley substituindo Derek, lançou o Japanese Whispers, compilação dos singles lançados anteriormente e seus B Sides. O ano de 1984 estava sendo muito complicado para a banda, apesar de aparentar o contrário.
Robert, junto com os Banshees lançaram nesse ano um album inédito chamado Hyaena. Mas estava sendo complicado ser o líder do Cure, ajudar Tim Pope com seu single "I want to be a tree" e ser guitarrista do Siouxsie ao mesmo tempo, então ele resolve parar de excursionar e tocar com os Banshees e se dedicar apenas às gravações do The Top. Enquanto isso, reuniu algumas gravações de turnês e demos, e compilou tudo no álbum Concert.
O álbum The Top foi o mais turbulento do Cure. Robert escreveu as letras sob efeito de drogas, e a confusão reinava na banda. Numa das turnês, Robert se desentendeu feio com o baterista Andy e num acesso de raiva, o demitiu. Chegou aos EUA sem baterista quando Phil contatou Vince Ely, do Psychedelic Furs para tocar mas ele só poderia permanecer por 2 semanas. Então Phil contatou Boris Williams, fundador do Thompson Twins para um pequeno teste de adaptação, onde ele concluiu e se tornou um membro oficial.
Phil acabou saindo da banda por vontade própria, já que ele queria seguir uma carreira solo. Robert então chama Simon de volta, que fazem as pazes e volta para a banda.



The Cure 1985: Porl Thompson, Boris Williams, Robert Smith, Simon Gallup e Lol Tolhurst
Lançam o single Inbetween Days, que marca uma nova era da banda, o álbum The Head on The Door. Logo depois, lançam outro single do álbum, Close to Me/A Man Inside My Mouth.

Com o contrato expirando, Robert resolve lançar um álbum só de compilações, afinal, eles já tinham lançado muita coisa boa. Surge então o álbum chamado Standing on a Beach, com uma nova remixagem de Boys Don’t Cry. Por incrível que pareça, ela voltou às paradas de sucesso.
Depois de algum tempo sem lançar nada novo no mercado, o Cure reaparece com um novo single, Why Can’t I Be You/A Japanese Dream em 1987, e logo depois, o álbum duplo Kiss me Kiss me Kiss me. Roger O’Donnel, ex-tecladista do Psychedelic Furs acaba entrando para a formação da banda já que Lol não estava se empenhando tanto nas turnês. Um pouco depois, na turnê européia, é lançado o single Just Like Heaven/Snow in Summer, considerada a melhor canção pop da banda.


Bob Smith casando com sua musa Mary Poole: Just Like Heaven1988 foi um ano em que Robert teve que provar a todos sua força interior. Apesar dele ter alegrias, como finalmente ter se casado com Mary Poole depois de 14 anos de namoro, teve que superar um incêndio em sua casa, onde perdeu todos seus pertences, menos suas letras de música. As letras eram a coisa que ele mais se importava, e seus amigos não economizaram forças para resgatá-los no meio do fogo.
Não suficiente, Lol continuava sendo "folgado" com a banda, indo nos ensaios apenas para pegar o contra-cheque. Robert se cansa dessa atitude nem um pouco profissional e o demite da banda, acabando com sua amizade de muitos anos.


Eles lançam os singles Lullaby/Babble e Fascination Street/Babble (essa última apenas nos EUA) em abril de 1989, e logo após, lançam finalmente Disintegration, considerado pela maioria dos fans como o melhor álbum da banda. Nesse momento começa a lendária turnê Prayer Tour, com todos os lugares por onde passavam com a lotação esgotada, desde a Europa até os EUA. Mas um boato estava circulando de que essa seria a última turnê da banda, que se consolidou quando Robert disse "I’ll never see you again" em um dos shows de Mansfield, EUA. Ao voltarem para a Inglaterra, se refugiaram da mídia, e e todos os casos, era realmente o fim da banda.
Depois de um tempo fora da mídia, lançam o single de Pictures of you e aceitam tocar no Glastonbury Festival, que acontece todos os anos na Inglaterra. Perry Bamonte, vulgo Teddy, substitui Roger nos teclados, já que ele saiu por desentendimentos com Simon e Boris. Perry não era alguém estranho para os membros, já que era roadie da banda havia alguns anos.
Nesse ano eles também estavam estreando a própria rádio pirata, a Cure FM, onde eles iriam transmitir em primeira mão o single Never Enough/Harold and Joe, do álbum de remixes chamado Mixed Up. Não foi um grande sucesso dentre os fãs, mesmo Robert dizendo que é muito mais do que um simples álbum de remixes, já que, podemos exemplificar, a música A Forest do 17 Seconds teve de ser refeita porque sua fita master foi danificada num acidente


Foi feita também o Acústico The Cure (Unplugged), e lançado no mercado 2 vídeos: Picture Show e Play Out. No intervalo do lançamento desses vídeos, foi lançado o single High/This Twilight Garden do álbum Wish, que é conhecido não apenas como o álbum do single Friday I’m in Love/Halo mas também como a que possui mais guitarras, afinal eram 3 guitarras ao todo (Perry, Robert e Porl). Eles também fizeram uma música especialmente para o filme O Corvo, chamado Burn.
Foram lançados 2 álbums ao vivo pós Wish, Show e Paris, o último com as músicas mais underground da banda antes da saída de Porl da banda, por motivos pessoais, e Boris por querer trabalhar junto com a banda da namorada Babacar.
Sem um baterista e um guitarrista, a banda mais uma vez sofreu remodelagem. Perry, que estava dividido na função de tecladista e guitarrista acabou se firmando mesmo nas guitarras e Roger foi chamado novamente para preencher a vaga de tecladista. Ele percebeu que as mágoas que possuía em 1989 não eram mais os mesmos, e resolveu esquecer esse assunto. No entanto, não foi fácil encontrar um baterista da mesma maneira. Foi feito então um anúncio no tablóide musical Melody Maker recrutando bateristas para preencher uma vaga numa banda famosa. Jason Copper foi selecionado e preenche a vaga até hoje. Ness período também foi feito uma música - Dredd Song - para o filme do Stallone Judge Dredd (O Juiz) além de uma cover de David Bowie de Young Americans.
Depois de 4 anos sem qualquer música inédita, o Cure resolve inovar lançando como 1o single a música The 13th/Adonais/It used to be me/Ocean, com B Sides diferentes de acordo com o país que era lançado. O álbum foi chamado de Wild Mood Swings, e logo de cara se percebe que foi bem menos aceito que seu antecessor, Wish. De fato, o álbum tinha uma sonoridade bastante peculiar para qualquer fã do Cure, até mesmo para quem começou a ouvir com o álbum Wish. 


Robert Smith na sua participação no desenho "South Park"
Mais tarde, com a aproximação de Robert e Reeves Gabrels, guitarrista de David Bowie, é lançado um single chamado Wrong Number, que foi usado como suporte na 2o coletânea chamado Galore, na mesma linha de Standing on a Beach. Foi lançado a cover de World in my Eyes do Depeche Mode numa coletânea de tributo ao Depeche Mode, e sob o nome de Cogasm (COoper, GAbrels e SMith), o single A Sign from God para a trilha do filme Orgazmo. 

Em fevereiro de 2000, a banda lança Bloodflowers, que fechou uma trilogia que começou em Pornography e continuou no Disintegration. Esse álbum teve muito mais aceitação que seu antecessor Wild Mood Swings. Têm como 1o single a música There is no If onde Robert expõe a angústia de estar apenas no Cure e não fazendo outra coisa, apesar das idéias contrárias a isso. Ele tinha uma meta, de que aos 40 anos ele iria estar fazendo qualquer outra coisa a não ser estar no Cure, e pelo jeito ele deu um "tempo" para a banda, que encerrou a Dream Tour e está de recesso. Ou pelas palavras de Robert, ela está acabada. Ele então tratará de lançar o tão esperado álbum solo que gravou, mas que isso não signifique que o Cure nunca mais iria se reunir novamente. Provavelmente os membros do Cure irão ajudar no álbum solo que Robert está pronto para lançar. Se bobear, eles estarão de volta novamente tão logo acabar seu humor confuso. Robert Smith é assim, famoso por suas ambigüidades e falas desencontradas. Talvez essa seja a receita do sucesso que ele possui nesses mais de 30 anos de experiência no Cure. 

E para contrariar, como sempre o que se fala sobre o fim do The Cure, foi lançado o álbum duplo acústico Greatest Hits. Durante a Dreamtour, em 2000, Robert teve a idéia de gravar um show com o repertório dos três álbuns. Pornography (1982), Disintegration (1989) e Bloodflowers (2000). Assim nasceu Trilogy, um DVD duplo, gravado no Berlin Tempodrom em novembro de 2002. Em 2004 foi lançado em 29 de junho de 2004 o álbum que se chama simplesmente The Cure, com 14 faixas inéditas, como The End of the World e Lost.
Quem se apaixonou ou é velho fã do The Cure, quase toda a discografia da banda em mp3 está neste link:http://www.4shared.com/dir/13634071/5be9a259/The_cure.html