Páginas

Mostrando postagens com marcador pós punk. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pós punk. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 1 de julho de 2014

Os Estilos dos Anos 80 - Gótico

Os Estilos dos Anos 80 - Gótico



O rock gótico era originalmente considerado um rótulo para um número pequeno de bandas de rock/pós-punk, mas hoje possui um espectro bem maior - abrangendo em si o Death Rock, a Música Industrial e até algumas bandas da New Wave, por exemplo. Enquanto a maioria das bandas punk focava um estilo agressivo, as primeiras bandas góticas eram mais pessoais e introvertidas, com elementos de movimentos literários como horror gótico, romantismo e niilismo.

JOY DIVISION
Suas raízes estão no início dos anos 1980, no culto do rock depressivo, melancólico e sombrio de bandas pós-punk como Bauhaus, Joy Division, The Cure, The Sisters of Mercy, Siouxsie & the Banshees, embora, como já foi dito, nem todas aceitem se enquadrar no estilo.
O Bauhaus é considerada a banda pioneira do estilo e o single Bela Lugosi is Dead é um clásico do estilo. Apesar de não ter sido exatamente um sucesso de vendas, a música definiu tudo aquilo que seria o rock gótico (guitarras distantes do resto dos instrumentos e um vocal que se mistura a todo o resto como que solto no espaço), e se manteve nas paradas independentes da Inglaterra por muitos anos.
THE CULT
Não confundir com Gothic Metal, que utiliza alguns poucos elementos da música gótica, mas são bandas de Metal em sua essência; ou com post-punk, vertente do rock dos anos 80 caracterizada pelo ritmo monolítico, influências do art rock e temáticas como filosofia existencialista (ex.: Joy Division, Echo & The Bunnymen, The Cure, The Fall, Suicide e, em parte, The Smiths), mas contendo mais experimentalismos musicais (inclusive ligados ao krautrock e ao proto-punk), sem as limitações de um rótulo determinado, como ocorre no rock gótico.
THE SMITHS
O gothic rock aborda com freqüência temas espirituais como o xamanismo e a cultura indígena sob uma ótica atemporal ou temas cotidianos e introspectivos sob uma ótica urbana e contemporânea, além de ter suas bases estilísticas voltadas ao rock’n’roll e a música pop; o Gothic Metal, ao contrário, aborda a época medieval e o heroísmo romântico e suas bases são o gênero Metal e a música clássica.
Outras bandas principais do estilo foram: The Cure (no entanto, Robert Smith disse em 2006 que "é patético quando o 'gótico' ainda se cola ao nome The Cure", pois acha o subgênero "incrivelmente estúpido e monótono. Verdadeiramente lastimoso") e Joy Division, com uma bateria de certo rigor militar executada por Stephen Morris, e definido como Death Disco por alguns produtores, letras significativas em contraste com uma batida compulsória inclinada à dança, algumas músicas com toques eletrônicos e os vocais reverberados de Ian Curtis. Porém, após sua morte em 1980, a banda mudara sua sonoridade e letras, formando o New Order ("Nova ordem"), nome auto-explicativo, e iniciou-se o distanciamento do gênero que a consagrou.
Nos anos 1990, assim como os punks, os góticos ascenderam como subcultura jovem e criaram um mundo paralelo. Na década de 1990, o leque estético se abriu e a juventude que compartilhava desse sentimento - um misto de pessimismo, inadequação à realidade e romantismo mórbido - reuniu-se em torno de uma série de referências.
Englobararm música, (Marilyn Manson, Nine Inch Nails), literatura (os romances góticos do século XIX, os contos e poemas de Edgar Allan Poe e H.P Lovecraft, as "Crônicas dos Vampiros" de Anne Rice"), HQs, moda (cabelos negros estilo Robert Smith do The Cure, crucifixos, look andrógino e roupas de couro) e cinema num só universo. Apreciadores de filmes de terror, com personagens malditos e atmosfera de mistério, os góticos tiveram seu gosto representado em alguns filmes da época como o O Corvo (1994), A Família Addams (1991-1993), Edward Mãos de Tesoura (1990), Dracula de Bram Stoker (1992), Entrevista Com o Vampiro (1994), Frankenstein de Mary Shelley (1994) e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999).
"O gótico é uma barbárie sofisticada. É a paixão pela vida coberta pelo simbolismo da morte. É uma amor cínico pelo sentimento. É uma combinação de extremos como sexo e morte. É utilizar a escuridão para iluminar. É acreditar que a obrigação é vã e vaidade um dever. É a compulsão por fazer a coisa errada por todos os motivos certos. é uma nostalgia ansiosa pelos dias sombrios que nunca existiram. É a negação da realidade e a transferência da fé para o imaginário. É o profano, o sinistro, o estranho".Gavin Baddeley, no livro GOTH CHIC - Um Guia Para a Cultura Dark

As Principais Bandas

BAUHAUS
Nascido em 1978 em Northampton, na Inglaterra, o quarteto formado por Peter Murphy, Daniel Ash, David J e Kevin Haskins foi batizado originalmente como Bauhaus 1919.
O nome (literalmente casa de construção em alemão) foi pego emprestado da lendária escola de arquitetura alemã, fundada em 1919 e famosa por revolucionar o design da época, além de ser o berço da expressão "menos é mais". Ícones do pós-punk, fundadores do goth rock, ou simplesmente uma banda com ótimos discos, a breve existência do Bauhaus garantiu uma discografia de dar inveja.
A coletânea Bauhaus: 1979/1983, um álbum duplo, lançado em 1985, ainda é o melhor cartão de visita do som da banda. As músicas são tiradas de álbuns como "In the Flat Field"e "Mask". Têm faixas para os gostos menos obscuros como "Double Dare" e a ótima versão para "Telegram Sam" do T. Rex, até as mais introspectivas e esfumaçadas como a própria "Bela Lugosi", que aparece aqui numa versão ao vivo um pouco menos entorpecida que a gravação de estúdio. Hits como "Kick in the Eye" e a versão para "Ziggy Stardust" do Bowie dividem espaço com pérolas como "Stigmata Martyr" e "God in an Alcove".
Dizer que é impossível ouvir o disco sem pensar nos anos 1980 é dispensável. Isso porque o Bauhaus foi uma das bandas símbolo da melancolia dançante tão fácil de associar a essa década. As guitarras abafadas, os sintetizadores ainda conversando timidamente com o rock soam de outra época, claro.
Com o fim da banda em 1983, Peter Murphy seguiu carreira solo, após participar do efêmero Dali’s Car em 1984, com Paul Vincent Lawford e Mick Karn do Japan. Já Daniel Ash, Kevin Haskins e Glenn Camping formaram o projeto Tones On Tail, uma banda que seguia o synthpop, mantendo ainda algumas veias góticas. Daniel Ash, David J. e Kevin Haskins formariam em 1985 o Love And Rockets.
Mas mesmo após 27 anos de sua separação em 1983, a banda ainda convence. Em 1998, o Bauhaus se reuniu em uma apresentação no festival Coachella. Não faltou a encenação gótica inventada há 30 anos, com direito a Peter Murphy fazendo pose de vampiro. Pode parecer velho e ultrapassado, mas por se tratar de Murphy e sua trupe a gente abre uma exceção, por que os caras podem.

SIOUXSIE & THE BANSHEESSiouxsie foi a vocalista de um dos grupos mais significativos da cena pós-punk, The Banshees, que chegou a ter na formação inicial Sid Vicious (como baterista) e, mais adiante, o guitarrista Robert Smith, a voz e o cérebro do The Cure (o baixista Steve Severin e o baterista Budgie foram os integrantes mais constantes da banda). As banshees são entidades femininas da mitologia celta que anunciam a proximidade da morte. E têm uma bela voz como a de Siouxsie.
Once Upon a Time: The Singles, lançado em 1981, capta a fase inicial da banda inglesa, anterior ao mergulho na neo-psicodelia. Genericamente, o som é denso, com linhas de baixo consistentes, bateria tribal e guitarras climáticas. Como o álbum compila os primeiros singles, também há momentos de sonoridade punk, mais crus e diretos, como em "Hong Kong Garden", o primeiro single dos Banshees (que chegou ao top ten britânico).
No decorrer do disco, é possível perceber a evolução sonora da banda e a guinada para os sons rotulados de góticos, em faixas de maior complexidade como "Christine", "Israel" e "Spellbound". Apesar de Tinderbox, de 1986, ter sido o trabalho de maior sucesso comercial da banda, foi o pós-punk dos primeiros anos, muito bem representados nessa coletânea, que concedeu ao Siouxsie & the Banshees o status de uma das melhores bandas góticas.
THE CURE
The Cure. Uma banda com mais de 30 anos de história, influente e inspiradora, que trilhou sempre seus próprios caminhos, experimentou e moldou seu som por parâmetros próprios, sem abrir concessão à sua arte e se render a modismos, épocas e à crítica.
Criou um universo paralelo para si e seus discípulos, ora derramando melancolia em doses cavalares, desesperos existenciais, influência gigantesca no rock gótico, viagens cósmicas ou alegrias juvenis. Dançou também, chacoalhou em rocks funkeados e arrematou corações por todo o globo com um romantismo quase obsessivo.
Bandas e artistas tão distintos como Linkin Park, Green Day, Red Hot Chili Peppers, Mogway, Placebo, Interpol, The Killers, Arcade Fire, Nine Inch Nails, Marilyn Manson, Frank Black, Scarlett Johansson, Chris Cornell e até Metallica já assumiram sua admiração por Robert Smith e seus asseclas. Mestre David Bowie se diz fã de carteirinha. Os geniais Neil Gaiman e Tim Burton também já prestaram suas homenagens.

THE SISTERS OF MERCY / SISTERHOOD / THE MISSION
O nome The Sisters of Mercy, uma das bandas mais cultuadas pelos góticos, foi escolhido a partir de uma música de Leonard Cohen, Sisters of Mercy. A música de Cohen fazia referência a um grupo de freiras católicas. Porém, esta letra é interpretativa e pode também fazer alusão às prostitutas. Ao escolherem este nome, Andrew Eldritch e Gary Marx interpretaram a segunda opção. Segundo Andrew, o comportamento das bandas de rock daquela época poderia ser associado à atividade das prostitutas. O nome The Sisters of Mercy seria uma ótima metáfora para a situação.
No início de 1981, Andrew assume o vocal da banda e coloca uma bateria eletrônica, o famoso Doktor Avalanche. Além disso, Craig Adams (baixo) é convidado para integrar a banda e iniciar as apresentações ao vivo. Em 1983, o The Sisters of Mercy recebe o guitarrista Wayne Hussey, ex-músico do Dead or Alive. Nesta mesma época, a banda assina contrato com a gravadora Elektra, um dos selos da Warner. O primeiro álbum oficial foi lançado em 1985. First and Last and Always é para muitos fãs, o melhor trabalho do The Sisters of Mercy, incluindo a melhor formação que a banda já teve em sua história. Neste trabalho, Wayne destacou-se como principal compositor. Mas Andrew ainda era o mentor.
A partir deste momento, a banda entra numa fase muito atribulada. Na turnê de divulgação do disco, Gary e Andrew desentendem-se e Gary abandona a formação. Ainda, Wayne e Andrew, passam a disputar espaço. As composições de Wayne não agradam Andrew e as divergências pessoais e musicais intensificam-se e tornam-se insuportáveis. Dessa forma, na última data da turnê, no show do Royal Albert Hall, em Londres, Andrew despede-se do público e tudo indica que, naquele momento, terminava a trajetória do The Sisters of Mercy.
Sobre as divergências, Andrew chegou a declarar para imprensa: "Eles me perguntaram: O que vamos fazer pelas novas canções? Eu disse: Que tal isto, isto e isto? Mas, infelizmente, o primeiro ‘isto’ que eu citei tinha muitos acordes por minuto e Craig não quis tocá-lo". Hussey também disse: "A maioria das canções que estamos tocando no The Mission são canções rejeitadas por Eldritch para o segundo álbum dos Sisters. Isso é irônico, porque atualmente ele vê nossos shows e me diz o quão boas elas são".
Após este fato, transcorreram-se cinco anos de rivalidade e disputas jurídicas. Em princípio ambas as partes concordaram que não usariam o nome The Sisters Of Mercy. Porém, Hussey e o baixista Craig Adams deram continuidade na carreira e gravaram algumas demos que não obtiveram sucesso entre as gravadoras. Assim, a dupla decide usar um nome que, de certa forma, os associassem ao The Sisters of Mercy.
O nome escolhido era The Sisterhood e a dupla chegou, algumas vezes, a se apresentar ao vivo. Por outro lado, Andrew Eldritch sentiu-se lesado ao ver que o antigo companheiro havia "quebrado o acordo de cavalheiros". Além disso, Sisterhood também era o nome do fã clube do The Sisters of Mercy. Assim, Andrew rapidamente registrou o nome e em seguida lançou um single, Givin Ground, e um álbum, Gift (Veneno, em alemão), no qual se encarregou apenas da programação eletrônica. Este trabalho contou com alguns convidados como Patrícia Morrison (que chegou a compor uma formação do The Sisters), Alan Veja, Lucas Fox e James Ray. A disputa pelo nome terminou nos tribunais e a dupla Hussey e Graig teve de batizar sua nova banda como The Mission.
THE MISSION
Hussey que no Sisters era guitarrista acabou assumindo os vocais na nova banda, pois Craig não queria de forma alguma ser vocalista e preferiu continuar no baixo. Para completar o grupo convidaram Simon Hinkler (guitarra) e Mick Brown (bateria).
No início de 1986 embarcam em sua primeira turnê através da Europa acompanhando o Cult. É importante destacar que a sonoridade da banda não lembra muito aquilo que poderíamos considerar como o som de um grupo tipicamente “gótico”, o The Mission é na verdade uma banda de rock de guitarras, quase hard, o que explica a proximidade com o Cult, banda que, posteriormente, contaria inclusive com a participação de Craig Adam (e que perderia Matt Sorum para o Guns’n’Roses). Lançaram ótimos álbuns como God’s Own Medicine (1987), Children (1988) e Carved In Sand (1990).
Já The Sisters of Mercy com sua nova formação, com Andrew, a baixista Patricia Morrison e Doktor Avalanche, voltou à ativa em 1987, com o álbum Floodland. Com um estilo diferenciado dos anteriores, este disco emplacou clássicos como Dominion, Mother Rússia e This Corrosion, que chegaram a ocupar as primeiras posições na parada de sucessos nos EUA. Em 1988, são lançados dois singles: Dominion e Lucretia My Reflection. O álbum Floodland vende mais de 200 mil cópias na América. No ano de 1990 ocorreu o lançamento de Vision Thing. Este disco é definido como o encontro do Gothic Rock com o Hard Rock. Um dos destaques deste trabalho é a penúltima faixa, More. Nesta época, a formação era, além de Andrew e Doktor Avalanche, Tim Bricheno (guitarra), Andréas Bruhn (guitarra) e Tony James (baixo). Foi com esta formação neste mesmo ano que a banda apresentou-se no Brasil, passando por Porto Alegre, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo.
Logo após o lançamento do álbum e a turnê, o The Sisters of Mercy entra em conflito com a gravadora. Nos anos seguintes foram lançadas apenas duas coletâneas: Some Girls Wander By Mistake e A Slight Case of Overbombing, esta no estilo "Grandes Sucessos", que também incluía a inédita Under The Gun, faixa que originalmente faria parte da trilha sonora do filme O Corvo. A banda segue em turnê e alguns integrantes criam projetos paralelos.

XMAL DEUTSCHLAND
Como uma banda que lançou pouco mais de quatro álbuns e que, ainda por cima, cantava em alemão pode ter conquistado tanto sucesso junto à “cena gótica” inglesa? E como a vocalista dessa dita banda pode disputar em pé de igualdade o título de rainha dos góticos com sua majestade única, Siouxsie Sioux? Quer respostas? Então passe uma noite embalando os seus pesadelos com os alalaôs da bruxa-rainha-loira Anja Huwe, ao som de “Incubus Succubus”, “Matador”, “Viva”, “Fetish”, “Tocsin”… e tire suas próprias conclusões…
O Xmal Deutschland surgiu na cidade de Hamburgo, Alemanha, no ano de 1980. Originalmente, era formado por um grupo de cinco garotas sem nenhuma experiência musical, mas com idéias bastante definidas sobre o som que pretendiam fazer. Aliás, a falta de experiências anteriores com outras bandas acabou se tornando uma característica de todos aqueles que fizeram parte do Xmal, sem exceção.
Enquanto na Inglaterra o pós-punk e o “gótico” davam os primeiros passos através de bandas do calibre de Bauhaus, Joy Division, The Cure e Siouxsie & The Banshees, na Alemanha surgia o movimento “Die Geniale Dilletanten”, de profunda contestação artística e de cunho quase “dadaísta” convidando à quebra de todas as regras e convenções musicais. Esse movimento artístico seminal que pretendia criar uma nova linguagem artística alemã também foi chamado de “Neue Deutsche Welle”, apesar de ser um tanto difícil estabelecer critérios de classificação em relação às características do movimento pela própria diversidade de leituras envolvidas, o certo é que se tratava de uma revolução conceitual furiosa e criativa que foi capaz de envolver grupos singulares como Palais Schaumberg, Eintürzende Neubauten, Abwarts, DAF e, é claro, o Xmal Deutschland.
A formação original do Xmal Deutschland era composta por Anja Huwe (vocais), Manuela Rickers (guitarra) e Fiona Sangster (teclados), Rita Simon (baixo) e Caro May (bateria).
Logo após a primeira apresentação do grupo, Rita Simon é substituída por Wolfgang Ellerbrock que passa a ser a única figura masculina no grupo. Com esta formação, gravam em 1980 o seu primeiro single, o hoje em dia raríssimo “Schwarze Welt”, pela pequena gravadora independente alemã Zick Zack Records.
No ano seguinte participariam de uma compilação da mesma gravadora com a música “Käbermarsch”. Logo a seguir, Caro May também deixa o grupo, sendo substituída por Manuela Zwingman, em 1982. Na Alemanha, o Xmal seria o precursor do estilo que ficaria conhecido como “gótico”, entretanto a aproximação em direção ao estilo festejado em Londres se deu de forma gradual através do mesmo “crossover” adotado por Siouxsie e seus Banshees em relação ao punk. Não é à toa que Anja ficaria também conhecida como a “Siouxsie loira” e disputaria com Susan Dallion o título de “rainha dos góticos”.
Bandas de Synthpop e outros estilos, que são em muitas vezes confundidas com bandas góticas:

CLAN OF XYMOX
Para seu segundo álbum na 4AD, Medusa, o Clan of Xymox tomaram a forma mais eficaz e atrativa elementos do seu mosaico de som (como testemunhado em intervalos comparados em seu álbum de estréia) e produziu um trabalho que, às vezes, atinge a beleza e o ambiente de seus colegas de gravadora na época como The Cocteau Twins ou Dead Can Dance.
Os holandeses do Clan of Xymox nunca tiveram o grande momento na cena gótica do Reino Unido, mas são cultuados pelos góticos, apesar de suas influências eletrônicas e seguir bem mais o synthpop.
A viagem começa e brilha, especialmente no 'Theme 1'. 'Michelle' é um bom exemplo da nova abordagem, poderosa e melódica, aproveitando a agressão e impulso, uma vez que têm puxado a música em um clímax brutal.
Medusa é uma paisagem sonora vibrante que realmente viu Clan of Xymox atingir um público maior e mais sensível. Medusa é, simplesmente, lindo de ouvir e, claro, um clássico como em muitos livros e assim é na minha discoteca. Louise é uma faixa que nunca vou cansar de ouvir.

PINK INDUSTRY
Pink Industry foi uma banda inglesa, de Liverpool, que surgiu na década de 1980. Era formada pelo trio Janey Casey (vocals) que havia passado pelas bandas Big in Japan e Pink Military, o baixista e tecladista Ambrose Reynolds, que teve passagem no Frankie Goes to Hollywood e o guitarrista Tadzio Jodlowski.
Ambas bandas que originaram os integrantes do Pink Industry tinham uma veia mais “new wave/technopop”, já o Pink Industry inveredou por um caminho mais “obscuro”. Dançante, mas intimista. Melódico, mas dissonante e tudo isso com um certo pé no etéreo (tanto que alguns sites os classificam como Dark Wave, Minimal Wave ou Gothic mesmo).

ANNE CLARKE
Apesar de não ser considerada gótica, sua música é eletrônica experimental, synthpop puro, Anne Clarke é cultuada pelos góticos. Dessa forma, em meio a essa explosão do movimento punk no final dos anos 70, início dos 80, Anne Clark engrandeceu a cena londrina com seus trabalhos e a partir daí iniciou sua carreira musical com suas declamações melancólicas e melodias viajantes, utilizando para isso, música eletrônica experimental.
Esse experimentalismo resultou na sua primeira performance ao vivo, com o Depeche Mode no Cabaret Futura de Richard Strange, e o seu primeiro álbum The Sitting Room lançado em 1982. Os álbuns seguintes, Changing Places (1983), Joined Up Writing (1984) e Hopeless Cases (1987), tiveram como seu parceiro nas músicas, o tecladista David Harrow, um conhecido do Warehouse Theatre e em Changing Places cinco músicas contaram com a parceria de Vini Reilly (Durutti Column).
As músicas Sleeper in Metropolis e Wallies, ambas do álbum Changing Places, e Our Darkness, do álbum Joined Up Writing, foram consideradas pela crítica marcos da década de 80 e até mesmo 90, com a versão remix de Our Darkness (1992).

DEAD CAN DANCEDead Can Dance foi uma banda composta por Lisa Gerrard (vocalista e compositora) e Brendan Perry (vocalista e compositor) formada em Melbourne, em 1981, na Austrália. Apesar de não fazerem a linha de som gótica, também são cultuados pelos góticos.
Pouco tempo depois, Lisa e Brendan mudam-se para Londres. No seu início a banda incluía ainda outros membros como Scott Rodger, Peter Ulrich e James Pinker, contudo nos anos 90 os membros da banda foram alterando-se, pois a banda começou a centrar-se somente nos vocalistas transformando-se assim num duo formado por Brendan e Lisa. Em Londres, o grupo assina um contrato com a 4AD, uma editora dedicada à música alternativa. O sucesso da banda, logo os consagra como uma das mais importantes desta editora.
O gênero musical da banda caracteriza-se por um conjunto de estilos, destacando-se o darkwave, com fusão de world music, música medieval e da Renascença européia.Em 1984, lançam o primeiro álbum, Dead Can Dance e, no mesmo ano, trabalham conjuntamente com os This Mortal Coil, na música "It'll End In Tears". No ano seguinte lançam o segundo álbum Spleen and Ideal, que atinge o #2 na tabela independente do Reino Unido.

COCTEAU TWINS
Poucos grupos foram tão originais e prolíficos quanto esse trio escocês. Gravavam pela minúscula 4AD e, ao lado do New Order e The Smiths, foram os maiores nomes da cena independente britânica nos anos 1980, no que diz respeito a lançamentos e vendagens. Com os vocais maravilhosos de Elizabeth Fraser e uma camada sonora produzida ao som de baixo, guitarra, teclado e bateria eletrônica, o Cocteau Twins teve uma das propostas sonoras mais interessantes, cultuados pelos góticos.
O nome veio de uma velha canção do (também) grupo escocês Simple Minds. Se você acha que a voz mais exótica do pop dos anos 80 e 90 é a de Björk e nunca ouviu o Cocteau, prepare-se para reavaliar seu conceito. Em 1982, na minúscula cidade de Grangemouth, na Escócia existia um cantinho em que um DJ chamado Robin Guthrie agitava as noites locais tocando clássicos do punk e new wave, chamada Nash, uma boate localizada em um hotel. Grangemouth era tão minúscula que Robin a comparava com um banheiro. Em Nash, sempre aparecia uma garota para dançar e pular, já que não havia outra forma de divertimento. Seu nome era Elizabeth Fraser, conhecida como Liz. Robin e Will Heggie, companheiro de agitos, riam dela, a única que conseguia dançar, e embora não simpatizassem muito com a menina, conversavam entre uma canção e outra. Os três então descobriram alguns gostos comuns, e resolveram montar um grupo.

TRISOMIE 21
Trisomie 21 podia pôr-se ao lado de uma sonoridade eletrônica cinzenta (não diria gótica, mas os góticos gostam), em algum lugar entre Clan of Xymox e Anne Clark. Resumindo e indo mais ao centro do seu som, a batida é eletrônica, os sintetizadores em dose moderada, o baixo de The Last Song, seu maior sucesso. Um pouco mais leve e atmosférico. A voz do Philippe Lomprez (que engraçado, é também o baterista) não denota necessariamente a pronúncia ou a proveniência lingüística francesa ou belga. Mas nota-se algum arrastamento, um certo arredondamento das sílabas. Uma banda synthpop com influências de Gothic.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Robert Smith 50 Anos: Breve História do The Cure



Robert Smith, vocalista, guitarrista e líder do The Cure, uma das cultuadas bandas inglesas está completando hoje 50 anos. Este pequeno especial é em homenagem a ele e todos os fãs do The Cure.

A história do The Cure começa aproximadamente em 1972 quando Robert James Smith, cantor e líder da banda ganha sua primeira guitarra aos 13 anos. Dessa maneira, ele pôde chamar seus amigos de escola Laurent (Lol) Andrew Tolhurst (bateria) e Michael Stephen Dempsey (baixo) para tocarem um pouco e se distraírem da vida estudantil no St. Wilfrid’s Middle School.
Os três acabam formando a banda Malice e chegam a fazer alguns shows no Marquee Club, de Londres e no St. Edwards Church Hall. Mas Robert achava que não era tão convincente nos vocais, e acabou chamando 2 irmãos que além de cantarem, se revezavam na guitarra. Infelizmente, os irmãos acabaram não se adaptando, e o trio acabou renomeando a banda de Easy Cure (nome de uma música composta por Lol Tolhurst) e incluíram um guitarrista chamado Paul (Porl) Stephen Thompson e um vocalista fã de David Bowie, Peter O’Toole.
Não demoraram muito e entraram em um concurso da Hansa Records, o maior selo independente da Alemanha com uma demo gravada na sala de jantar dos pais de Robert, A banda acaba ganhando o 1o lugar e o dinheiro ganho (£1000) foi investido em equipamentos para pequenos shows nos arredores de Crawley. Nesse meio termo Peter O’Toole anunciou sua saída do grupo para se juntar a um Kibbutz, e Robert acabou reassumindo os vocais.
Alguns meses depois, a banda acabou se dirigindo para os estúdios SAV de Londres para gravarem 10 músicas demo, mas nenhuma agradou a Hansa de verdade, ainda mais porque a 1o música escolhida para que fosse lançada seria a música Killing an Arab, baseada no livro ‘O Estrangeiro’ de Albert Camus. Além de não terem simpatizado muito com as demais demos, a gravadora ficou com receio de ofender os árabes com a música e, e em março de 1978, a Hansa acaba desmanchando o contrato da banda.
Desempregados e com os sonhos quase desmoronando, Thompson acabou saindo, deixando o Easy Cure como um trio novamente. Dempsey foi trabalhar como porteiro de um hospital psiquiátrico e Tolhurst foi trabalhar em um laboratório químico. Robert, que ainda sonhava em viver da música, mandou uma nova fita demo para as grandes gravadoras, com 4 músicas originais – Boys Don’t Cry, Fire in Cairo, It’s not you e 10.15 Saturday Night – sob o nome de The Cure.


Michael Dempsey, Lol Tolhurst e Robert Smith gravando sua Peel Session em 12/1978
Todas as gravadoras recusaram a fita, menos Chris Parry, um tipo de caça talentos da Polydor. Ele produzia o The Jam e o Siouxsie and The Banshees, e estava procurando bandas para criar seu próprio selo chamado Fiction.
Chris Parry foi assistir um show da banda após conhecê-los em seu escritório, e ofereceu um contrato de 6 meses, que foi assinado em setembro de 1978. Depois de alguns shows, eles estavam prontos para lançar as músicas Killing an Arab/10.15 Saturday Night como single. Como a Polydor recusou vender qualquer coisa do The Cure antes do Natal, Chris não teve outro jeito senão lançar o single por um selo independente chamado Small Wonder. Teve uma ótima repercussão dos jornalistas, mas as demais pessoas não tiveram tempo para digerir a música e começaram a soltar boatos de que a música tinha cunho racista, rótulo que desmentem até hoje.
Depois de mais shows e mais gravações, estavam prontos e lançaram o álbum Three Imaginary Boys em maio de 1979. Robert cantou em todas as faixas, menos em Foxy Lady, cantada por Dempsey. Até hoje, essa é a única faixa em que Robert não canta.



Em junho, eles lançaram Boy’s Don’t Cry/Plastic Passion, mas o single não obteve um sucesso tão estrondoso como o 1o single. Nesse meio termo, Robert Smith resolveu criar um selo próprio, a Dance Fools Dance, com a colaboração do baixista Simon Jonathan Gallup, que mais tarde se uniria ao projeto Cult Hero.
Com a popularidade em alta, Robert Smith acaba conhecendo o baixista do Siouxsie and The Banshees, Steve Severin. Eles se dão tão bem que ele convidou o Cure para fazerem uma turnê junto com os Banshees no Reino Unido. Logo depois, John Mckay (guitarrista) e Kenny Morris (bateria) deixam a banda, e Robert se oferece para tocar durante a turnê, e logo acaba sendo chamado para ser o guitarrista oficial.
Michael Dempsey acaba saindo do Cure, alegando diferenças musicais. Simon Gallup, que estava no projeto de Robert acaba substituindo Dempsey, e Matthieu Aiden Hartley entra como tecladista da banda. No começo de 1980 eles retornam ao estúdio para gravarem o que seria o álbum Seventeen Seconds.



The Cure 1980: Robert Smith, Mathieu Hartley, Simon Gallup e Lol Tolhurst

Esse álbum retrata uma fase em que Robert se viu impotente e vulnerável em relação à morte, onde percebeu que não seria jovem pro resto da vida. Hartley, insatisfeito com o caminho sombrio que a banda estava tomando e tendo algumas discussões com Robert, resolveu sair da banda no final da turnê.
O próximo álbum, Faith, concretizou algo que Robert estava procurando, que era despertar o sentimento de melancolia e de vazio que estava sentindo desde o álbum anterior. Até críticos especializados chegaram a comparar um show deles com uma cerimônia religiosa. Não ajudava o fato de que o irmão de Simon, Ric, colocou como filme de abertura "Carnage Visors", já que era um filme completamente sombrio. Toda a trilha sonora do filme foi elaborada pelo Cure e foi distribuído como B Side da fita cassete de Faith.
Estava sendo uma turnê muito difícil, onde a banda brigava muito entre si e o público andava muito hostil. Para piorar, receberam a notícia de que a mãe de Tolhurst, muito doente, acabara de falecer. Eles então voltaram para a Inglaterra e no funeral, colocaram uma fita do show como homenagem póstuma. Apesar da tristeza, Tolhurst disse que o melhor a fazer para superar era continuar com a turnê, que não melhorou. Robert então gravou o single de Charlotte Sometimes/Splintered in Her Head com o diretor Mike Mansfield.
No final de novembro de 1981, Robert estava determinado a dar o nome de Pornography ao novo álbum, que estava bem mais agressivo, raivoso e criticava a hipocrisia moral da sociedade. Muitas das letras foram criadas nas viagens alucinógenas junto com Steve Severin, que sob efeito de drogas pesadas, perdeu totalmente a noção do que era real e do que era ficção por alguns meses. Não havia mais o sentimento de unidade, de companheirismo, e assim que acabou a turnê, Simon sai da banda após uma briga feia com Robert.
Mas mesmo assim, eles lançam o single The Hanging Garden/Killing na Arab (live).

Robert e Lol decidem tirar umas férias, e quando Robert volta, grava junto com Steve Severin um single chamado Lament. Quando finalmente Lol retorna da Europa, Chris Parry diz para gravarem um single que fosse totalmente contra o estilo de Pornography. Então o single Let’s go to bed/Just one kiss foi lançado. Robert achou que esse single não condizia com a banda, e acreditava que assim estava traindo seus velhos fans, ameaçando até a lançar o mesmo sob o pseudônimo de "Recur".
No final, o single teve uma boa repercussão e o clipe foi dirigido por Tim Pope. Foi o começo de um longo relacionamento com o diretor.
Em 1982, o guitarrista do Siouxsie and The Banshees, John McGeoch, acaba saindo da banda por estafa e Robert assumiu seu posto como membro fixo da banda, fazendo turnê em 1983 no disco ao vivo Nocturne, fazendo até uma cover dos Beatles chamado Dear Prudence.
Já que tinha um contato maior com Steve Severin, Robert acabou fazendo um projeto com ele, e junto com a vocalista Jeanette Landrey formaram a banda The Glove, lançando o álbum chamado Blue Sunshine. Siouxsie também não ficou pra trás, e junto com Budgie, ex-baterista dos Banshees, lançou o também projeto Creatures.
Robert já não estava tão feliz com o curso da banda, e quase desistiu de ir apresentar 2 músicas no BBC’s Oxford Road Show. Mas se apresentar ao vivo o animou, e fez com que não negligenciasse tanto a banda como tinha feito nos últimos tempos. Com Derek Thompson (baixo) e Andy Anderson (baterista), lançou o single The Walk/The Dream, e depois, como Phil Thornalley substituindo Derek, lançou o Japanese Whispers, compilação dos singles lançados anteriormente e seus B Sides. O ano de 1984 estava sendo muito complicado para a banda, apesar de aparentar o contrário.
Robert, junto com os Banshees lançaram nesse ano um album inédito chamado Hyaena. Mas estava sendo complicado ser o líder do Cure, ajudar Tim Pope com seu single "I want to be a tree" e ser guitarrista do Siouxsie ao mesmo tempo, então ele resolve parar de excursionar e tocar com os Banshees e se dedicar apenas às gravações do The Top. Enquanto isso, reuniu algumas gravações de turnês e demos, e compilou tudo no álbum Concert.
O álbum The Top foi o mais turbulento do Cure. Robert escreveu as letras sob efeito de drogas, e a confusão reinava na banda. Numa das turnês, Robert se desentendeu feio com o baterista Andy e num acesso de raiva, o demitiu. Chegou aos EUA sem baterista quando Phil contatou Vince Ely, do Psychedelic Furs para tocar mas ele só poderia permanecer por 2 semanas. Então Phil contatou Boris Williams, fundador do Thompson Twins para um pequeno teste de adaptação, onde ele concluiu e se tornou um membro oficial.
Phil acabou saindo da banda por vontade própria, já que ele queria seguir uma carreira solo. Robert então chama Simon de volta, que fazem as pazes e volta para a banda.



The Cure 1985: Porl Thompson, Boris Williams, Robert Smith, Simon Gallup e Lol Tolhurst
Lançam o single Inbetween Days, que marca uma nova era da banda, o álbum The Head on The Door. Logo depois, lançam outro single do álbum, Close to Me/A Man Inside My Mouth.

Com o contrato expirando, Robert resolve lançar um álbum só de compilações, afinal, eles já tinham lançado muita coisa boa. Surge então o álbum chamado Standing on a Beach, com uma nova remixagem de Boys Don’t Cry. Por incrível que pareça, ela voltou às paradas de sucesso.
Depois de algum tempo sem lançar nada novo no mercado, o Cure reaparece com um novo single, Why Can’t I Be You/A Japanese Dream em 1987, e logo depois, o álbum duplo Kiss me Kiss me Kiss me. Roger O’Donnel, ex-tecladista do Psychedelic Furs acaba entrando para a formação da banda já que Lol não estava se empenhando tanto nas turnês. Um pouco depois, na turnê européia, é lançado o single Just Like Heaven/Snow in Summer, considerada a melhor canção pop da banda.


Bob Smith casando com sua musa Mary Poole: Just Like Heaven1988 foi um ano em que Robert teve que provar a todos sua força interior. Apesar dele ter alegrias, como finalmente ter se casado com Mary Poole depois de 14 anos de namoro, teve que superar um incêndio em sua casa, onde perdeu todos seus pertences, menos suas letras de música. As letras eram a coisa que ele mais se importava, e seus amigos não economizaram forças para resgatá-los no meio do fogo.
Não suficiente, Lol continuava sendo "folgado" com a banda, indo nos ensaios apenas para pegar o contra-cheque. Robert se cansa dessa atitude nem um pouco profissional e o demite da banda, acabando com sua amizade de muitos anos.


Eles lançam os singles Lullaby/Babble e Fascination Street/Babble (essa última apenas nos EUA) em abril de 1989, e logo após, lançam finalmente Disintegration, considerado pela maioria dos fans como o melhor álbum da banda. Nesse momento começa a lendária turnê Prayer Tour, com todos os lugares por onde passavam com a lotação esgotada, desde a Europa até os EUA. Mas um boato estava circulando de que essa seria a última turnê da banda, que se consolidou quando Robert disse "I’ll never see you again" em um dos shows de Mansfield, EUA. Ao voltarem para a Inglaterra, se refugiaram da mídia, e e todos os casos, era realmente o fim da banda.
Depois de um tempo fora da mídia, lançam o single de Pictures of you e aceitam tocar no Glastonbury Festival, que acontece todos os anos na Inglaterra. Perry Bamonte, vulgo Teddy, substitui Roger nos teclados, já que ele saiu por desentendimentos com Simon e Boris. Perry não era alguém estranho para os membros, já que era roadie da banda havia alguns anos.
Nesse ano eles também estavam estreando a própria rádio pirata, a Cure FM, onde eles iriam transmitir em primeira mão o single Never Enough/Harold and Joe, do álbum de remixes chamado Mixed Up. Não foi um grande sucesso dentre os fãs, mesmo Robert dizendo que é muito mais do que um simples álbum de remixes, já que, podemos exemplificar, a música A Forest do 17 Seconds teve de ser refeita porque sua fita master foi danificada num acidente


Foi feita também o Acústico The Cure (Unplugged), e lançado no mercado 2 vídeos: Picture Show e Play Out. No intervalo do lançamento desses vídeos, foi lançado o single High/This Twilight Garden do álbum Wish, que é conhecido não apenas como o álbum do single Friday I’m in Love/Halo mas também como a que possui mais guitarras, afinal eram 3 guitarras ao todo (Perry, Robert e Porl). Eles também fizeram uma música especialmente para o filme O Corvo, chamado Burn.
Foram lançados 2 álbums ao vivo pós Wish, Show e Paris, o último com as músicas mais underground da banda antes da saída de Porl da banda, por motivos pessoais, e Boris por querer trabalhar junto com a banda da namorada Babacar.
Sem um baterista e um guitarrista, a banda mais uma vez sofreu remodelagem. Perry, que estava dividido na função de tecladista e guitarrista acabou se firmando mesmo nas guitarras e Roger foi chamado novamente para preencher a vaga de tecladista. Ele percebeu que as mágoas que possuía em 1989 não eram mais os mesmos, e resolveu esquecer esse assunto. No entanto, não foi fácil encontrar um baterista da mesma maneira. Foi feito então um anúncio no tablóide musical Melody Maker recrutando bateristas para preencher uma vaga numa banda famosa. Jason Copper foi selecionado e preenche a vaga até hoje. Ness período também foi feito uma música - Dredd Song - para o filme do Stallone Judge Dredd (O Juiz) além de uma cover de David Bowie de Young Americans.
Depois de 4 anos sem qualquer música inédita, o Cure resolve inovar lançando como 1o single a música The 13th/Adonais/It used to be me/Ocean, com B Sides diferentes de acordo com o país que era lançado. O álbum foi chamado de Wild Mood Swings, e logo de cara se percebe que foi bem menos aceito que seu antecessor, Wish. De fato, o álbum tinha uma sonoridade bastante peculiar para qualquer fã do Cure, até mesmo para quem começou a ouvir com o álbum Wish. 


Robert Smith na sua participação no desenho "South Park"
Mais tarde, com a aproximação de Robert e Reeves Gabrels, guitarrista de David Bowie, é lançado um single chamado Wrong Number, que foi usado como suporte na 2o coletânea chamado Galore, na mesma linha de Standing on a Beach. Foi lançado a cover de World in my Eyes do Depeche Mode numa coletânea de tributo ao Depeche Mode, e sob o nome de Cogasm (COoper, GAbrels e SMith), o single A Sign from God para a trilha do filme Orgazmo. 

Em fevereiro de 2000, a banda lança Bloodflowers, que fechou uma trilogia que começou em Pornography e continuou no Disintegration. Esse álbum teve muito mais aceitação que seu antecessor Wild Mood Swings. Têm como 1o single a música There is no If onde Robert expõe a angústia de estar apenas no Cure e não fazendo outra coisa, apesar das idéias contrárias a isso. Ele tinha uma meta, de que aos 40 anos ele iria estar fazendo qualquer outra coisa a não ser estar no Cure, e pelo jeito ele deu um "tempo" para a banda, que encerrou a Dream Tour e está de recesso. Ou pelas palavras de Robert, ela está acabada. Ele então tratará de lançar o tão esperado álbum solo que gravou, mas que isso não signifique que o Cure nunca mais iria se reunir novamente. Provavelmente os membros do Cure irão ajudar no álbum solo que Robert está pronto para lançar. Se bobear, eles estarão de volta novamente tão logo acabar seu humor confuso. Robert Smith é assim, famoso por suas ambigüidades e falas desencontradas. Talvez essa seja a receita do sucesso que ele possui nesses mais de 30 anos de experiência no Cure. 

E para contrariar, como sempre o que se fala sobre o fim do The Cure, foi lançado o álbum duplo acústico Greatest Hits. Durante a Dreamtour, em 2000, Robert teve a idéia de gravar um show com o repertório dos três álbuns. Pornography (1982), Disintegration (1989) e Bloodflowers (2000). Assim nasceu Trilogy, um DVD duplo, gravado no Berlin Tempodrom em novembro de 2002. Em 2004 foi lançado em 29 de junho de 2004 o álbum que se chama simplesmente The Cure, com 14 faixas inéditas, como The End of the World e Lost.
Quem se apaixonou ou é velho fã do The Cure, quase toda a discografia da banda em mp3 está neste link:http://www.4shared.com/dir/13634071/5be9a259/The_cure.html