Origens da crença

Enquanto a maioria dos estudos focaliza as raízes culturais dos vampiros, alguns historiadores procuram as origens físicas. Não há evidências científicas de vampiros reais, mas há uma quantidade de condições médicas reais que podem resultar em comportamento e aparência vampirescos.

Vampiros entre nós?
Uma variação moderna da lenda dos vampiros é o "vampiro psíquico". Esses vampiros modernos dizem buscar energia psíquica de outros e têm poder para drená-la sem o conhecimento da pessoa. Os vampiros psíquicos geralmente tentam drenar a força vital através da meditação e da concentração. Se não se alimentam dessa energia, dizem, ficam fracos como se não tivessem comido. De acordo com algumas crenças, esse tipo de vampiro existe há milhares de anos. Alguns dizem que esse fenômeno inspirou os vampiros do folclore.
Uma das mais interessantes "doenças vampirescas" é a porfiria. A porfiria é uma doença rara caracterizada por irregularidades na produção de heme, um pigmento rico em ferro no sangue. As pessoas que têm as formas mais severas de porfiria são altamente sensíveis à luz solar, têm dores abdominais severas e podem sofrer delírios. Um tratamento possível para a porfiria no passado pode ter sido a ingestão de sangue, para corrigir o problema (embora não exista evidência clara disso). Algumas pessoas com a doença têm boca e dentes avermelhados, devido à produção irregular de pigmento heme. A porfiria é hereditária, portanto, deve haver concentrações de doentes em certas áreas ao longo da história.
Uma origem física mais provável para o vampirismo é a catalepsia, uma condição física peculiar associada à epilepsia, à esquizofrenia e a outras desordens que afetam o sistema nervoso central. Durante um episódio cataléptico, a pessoa congela: os músculos tornam-se rígidos, por isso o corpo fica muito rígido e as taxas de batimentos cardíacos e a respiração diminuem. Uma pessoa que sofre de catalepsia aguda pode muito bem ser confundida com um cadáver.
Hoje, os médicos têm conhecimento e ferramentas para determinar com precisão se uma pessoa está viva ou não, mas no passado isso era decidido com base na aparência. O embalsamento era desconhecido na maior parte do mundo até pouco tempo atrás, portanto os corpos eram colocados diretamente nos túmulos. Um episódio cataléptico pode durar horas, até mesmo dias, tempo suficiente para um funeral. Quando a pessoa acordava, poderia ser capaz de se desenterrar e voltar para casa. Se a pessoa sofria mesmo de problemas psicológicos, tais como esquizofrenia, ela poderia ter apresentado o comportamento estranho associado aos vampiros.
O comportamento de cadáveres reais também pode ter sugerido o vampirismo. Após a morte, as unhas e os cabelos pareciam continuar a crescer devido a refluxos de pele, que podem dar a impressão de estarem vivos. Os gases do corpo se expandem, aumentando o abdômen, como se o corpo tivesse se alimentado. Se um corpo em decomposição fosse movido, este poderia muito bem romper-se, drenando todos os tipos de fluidos. Isso pode ter sido tomado como evidência de que o corpo se alimentava dos vivos.
Enquanto essas condições podem ter aumentado o medo dos mortos-vivos, as origens dos vampiros são provavelmente mais psicológicas do que físicas. A morte é um dos aspectos mais misteriosos da vida, e todas as culturas se preocupam com ela de alguma forma. Uma maneira de manipular a morte é personificá-la e atribuir-lhe uma forma. Em suas origens, Lamastu, Lilith e outros vampiros antigos semelhantes são explicações para um mistério terrível, a morte súbita de crianças e fetos no ventre. Os strigoi e outros cadáveres animados são os símbolos finais da morte: são os reais restos dos mortos.
Os vampiros também personificam o lado negro da humanidade. Lilith, Lamastu e outras antigas vampiras são o oposto da "boa esposa e mãe". Em vez de gostar das crianças e honrar os maridos, elas destroem os bebês e seduzem os homens. De maneira semelhante, os vampiros se alimentam de sua família, em vez de sustentá-las. Ao definir o mal através de figuras sobrenaturais, as pessoas podem controlar melhor suas tendências más, pois elas as externam.
A aparência de tantos monstros vampirescos através da História, bem como nossa fascinação continuada pelos vampiros, demonstra que isto é uma resposta universal à condição humana. É simplesmente da natureza humana moldar nossos medos como monstros.
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