Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde nasceu em Dublin (Irlanda), em 16 de outubro de 1854. Filho de intelectuais irlandeses – seu pai era médico e escreveu sobre arqueologia e folclore e sua mãe era uma nacionalista especialista em mitologia e cultura céltica, além de poetisa –, o jovem passou a infância estudando em sua terra natal até ganhar uma bolsa de estudos no Magdallen College, da Universidade de Oxford.
Nos anos em Oxford, o gênio e a personalidade de Wilde floresceram. Ele se destacou como um dedicado estudioso, um devotado esteta defensor da “arte pela arte” e um inspirado poeta, que ganhou o prêmio Newdigate com seu poema “Ravenna”. No começo dos anos 1880, Wilde estava residindo em Londres e estabeleceu-se nos círculos literários locais onde desfilava sua inteligência, elegância e extravagâncias. Após a publicação de “Poemas”, em 1881, obra na qual reforçava sua ligação com o esteticismo, ele partiu para uma série de palestras nos Estados Unidos e no Canadá. Vestido com suas jaquetas de veludo, meias negras de seda e calças curtas tipo corsário, Wilde passou um ano provocando a indignação da imprensa com sua postura lânguida e hedonista e discursando sobre a supremacia da beleza e da arte para o público da América do Norte.
Reprodução Capa de edição em inglês de "O Retrato de Dorian Gray" |
No começo da década seguinte Wilde produziria sua obra-prima e um dos mais importantes livros de todos os tempos. “O Retrato de Dorian Gray” foi publicado originalmente na Lippincott’s Magazine, mas foi revisado e ampliado em 1891 ganhando seis capítulos antes de ser lançado como livro. No mesmo ano, ele voltaria a mostrar sua extraordinária criatividade com o lançamento das obras “Crime de Lorde Arthur Savile e Outras Histórias” e “A House of Pomegranates”.
Wilde inciou também uma fecunda e bem-sucedida produção de dramaturgias. Entre as peças de maior destaque estão “Salomé”, “Uma Mulher Sem Importância”, “Um Marido Ideal” e “A Importância de Ser Honesto”. A sátira à hipocrisia da era vitoriana era um dos seus temas prediletos nas comédias que escreveu. Os sucessos das corrosivas críticas de Wilde à sociedade e sua incansável perseguição aos prazeres da vida lhe renderiam muitos inimigos. Um deles foi o Marquês de Queensberry, pai de Lorde Alfred Douglas com quem Oscar Wilde havia estabelecido uma íntima amizade desde 1891. O Marquês acusou Wilde de sodomia e o escritor resolveu processá-lo por difamação. Isso, no entanto, mostrou-se uma estratégia equivocada. O processo revelou evidências de uma vida sexual polêmica para a época e resultou em novas acusações e no julgamento de Wilde. Condenado, devido a suas opções sexuais, ele passou dois anos cumprindo pena de prisão com trabalhos forçados em Reading Gaol.
Reprodução Versão para o cinema da peça "A Importância de Ser Honesto", escrita por Oscar Wilde |
As péssimas condições do presídio lhe deixaram graves sequelas. Ao ser libertado rumou para Paris. Durante o processo e a prisão, ele caiu em desgraça, perdendo seus bens, o apoio da família e suas obras foram recolhidas. Sua tentativa de voltar a ser um brilhante escritor esbarraram em sua precária condição financeira, no vício pelo absinto que adquiriu na capital francesa e numa morte repentina causada por meningite em 30 de novembro de 1900.
Ravenna (1878) Poemas (1881) O Príncipe Feliz e Outros Contos (1888) The Decay of Lying (1889) O Retrato de Dorian Gray (1891) Os crimes de Lorde Arthur Savile e Outras Histórias (1891) Intentions (1891) Salomé (1891) The House of Pomegranates (1892) O Leque de Lady Windermere (1892) Uma Mulher Sem Importância (1893) The Duchess of Padua (1893) The Sphinx (1894) Um Marido Ideal (1895) A Importância de Ser Honesto (1895) A Balada do Cárcere de Reading (1898) |